quarta-feira, novembro 15, 2006

Solaris


A obra Solaris, da autoria do polaco Stanislau Lem, foi uma das obras da Ficção Científica que eu já tive maior prazer em ler. Já foi levada ao grande écrã por duas vezes, uma nos anos 60 pelo grande mestre soviético Andrei Tarkovsky e outra mais recentemente pelo oscarizado Steven Soderbergh, tendo como destaque a participação do mediático George Clooney.
Em poucas linhas, a história narra a viagem de um cientista de nome Kelvin a uma estação espacial em órbita do planeta Solaris. Este planeta tem de muito peculiar o facto de estar recoberto por um "mar inteligente" que é, na realidade, um ser vivo de dimensões planetárias. Este ser vivo, como ficou dito, cobre toda a superfície do planeta e é considerado pelos investigadores que se ocupam do seu estudo como uma espécie de "cérebro pensante" de dimensões planetárias.
Ora os cientistas estudam, estudam e mais estudam sobre as implicações deste verdadeiro "mar vivo" sem nunca conseguirem alguma vez perceberem, uma vez que se trata de um ser vivo, o que "impele" esta massa pensante de dimensões planetárias. E um dos grandes desejos nunca concretizado, é o de conseguir comunicar com o mar de Solaris, coisa que em cerca de um século nunca conseguem. Ora, desesperados, decidem lançar um feixe de raios gama na superfície. A resposta do mar, se é que se pode chamar a isso resposta, é a de materializar antigos personagens da vida dos habitantes da estação científica, alguns deles (os personagens) já mortos. Ora, quando os mortos que fizeram parte da vida dos cientistas no passado voltam, sem mais nem menos, ainda por cima num cenário alienígena, o que é poderá acontecer ?

Das duas adaptações à sétima arte, talvez a versão de Tarkovksi seja a mais fiel ao espírito do livro, enquanto que a versão de Soderbergh, mais recente, dá um maior destaque à relação amorosa entre o cientista narrador da história e a sua antiga amante, o que é de esperar, tendo em conta que se trata de um filme Hollywood-made. Nesta última versão, não se dá quase nenhum relevo ao planeta em si, como se fosse um mágico que é chamado para fazer umas magias e depois mandado embora para a audiência.

Mas, para quem gosta de uma boa história de detectives, todo o livro é fascinante, chegando-se ao final sem se perceber realmente o que é se queria no meio daquilo tudo... mas para quem acaba o ler o livro a experiência da leitura deixa uma marca inolvidável...

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